Você já se perguntou se existe uma estrela que é impossível de existir? Uma estrela tão grande, tão quente, tão brilhante, que desafia as leis da física? Neste post, vamos explorar essa questão e ver o que a ciência tem a dizer sobre os limites do universo.
As estrelas são formadas pela gravidade, que comprime o gás e a poeira interestelar até que eles se tornem tão densos e quentes que iniciam a fusão nuclear. A fusão nuclear é o processo que libera energia nas estrelas, fazendo-as brilhar. Quanto mais massa uma estrela tem, mais forte é a sua gravidade e mais rápida é a sua fusão. Isso significa que as estrelas mais massivas são também as mais quentes e as mais luminosas.
Mas há um limite para o quanto uma estrela pode ter de massa. Se uma estrela tiver muita massa, a sua gravidade será tão forte que irá superar a pressão da radiação, a força que impede a estrela de colapsar sobre si mesma. A pressão da radiação é gerada pela luz e outras partículas que saem da superfície da estrela. Se a pressão da radiação for menor do que a gravidade, a estrela irá implodir e se tornar um buraco negro.
Esse limite é chamado de limite de Eddington, em homenagem ao astrônomo britânico Arthur Eddington, que o calculou em 1924. O limite de Eddington depende da composição química da estrela, mas para uma estrela típica de hidrogênio e hélio, ele é de cerca de 150 vezes a massa do Sol. Isso significa que uma estrela com mais de 150 massas solares não pode existir, pois ela iria se autodestruir.
Mas será que esse limite é absoluto? Será que não há nenhuma forma de contorná-lo? Alguns cientistas especulam que pode haver uma maneira de criar uma estrela impossível, uma estrela que excede o limite de Eddington. Essa estrela seria formada por um processo diferente do normal, chamado de colisão estelar.
Uma colisão estelar é o que acontece quando duas ou mais estrelas se aproximam tanto que se fundem em uma só. Esse fenômeno é muito raro, mas pode ocorrer em regiões muito densas do espaço, como os aglomerados globulares ou os núcleos das galáxias. Quando duas estrelas colidem, elas podem formar uma nova estrela com uma massa maior do que a soma das massas originais. Isso porque parte da massa das estrelas é convertida em energia na colisão, e essa energia pode ser usada para sustentar a nova estrela contra a gravidade.
Assim, seria possível criar uma estrela com mais de 150 massas solares por meio de uma colisão estelar. Essa estrela seria extremamente instável e provavelmente teria uma vida muito curta, mas ela poderia existir por um breve período. Ela seria uma estrela impossível, uma anomalia cósmica que desafia os limites impostos pela física.
Mas será que essa estrela impossível já foi observada? A resposta é: talvez. Em 2007, os astrônomos detectaram um evento muito estranho no espaço, chamado de SN 2006gy. Esse evento foi uma explosão tão brilhante que superou todas as outras supernovas já registradas. Uma supernova é o que acontece quando uma estrela morre e explode, liberando uma enorme quantidade de energia.
A explosão de SN 2006gy foi tão intensa que os astrônomos estimaram que ela foi causada por uma estrela com cerca de 200 massas solares. Essa estrela seria muito maior do que o limite de Eddington, e por isso ela foi chamada de hipernova. Uma hipernova é uma supernova superpotente, produzida por uma estrela supermassiva.