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Um buraco coronal gigante descoberto recentemente no Sol?

Este fenômeno é causado por áreas abertas do campo magnético do Sol, por onde são expulsas para o espaço as correntes de vento solar que se movem em alta velocidade. Nas áreas da coroa do sol, a densidade e temperatura são menores do que na superfície solar. O buraco está liberando correntes de radiação mais fortes, conhecidas como ventos solares, atingindo diretamente a Terra. Este buraco é tão grande que representa o tamanho de 60 Terras. É realmente um fenômeno fascinante!

Os ventos solares são um fluxo de partículas ionizadas, predominantemente núcleos de hélio ionizados e elétrons, que se formam a partir da enorme diferença de pressão entre a coroa solar e o espaço interplanetário. Eles podem ser divididos em vento solar rápido e vento solar lento. O vento rápido é originado nos buracos coronais, regiões mais frias e menos densas da coroa solar, podendo atingir picos de velocidade da ordem de 900 km/s. Já o vento lento se origina em regiões de baixas latitudes, mais próximas ao equador do Sol, atingindo velocidades da ordem de 300 km/s.

Os ventos solares afetam a Terra de várias maneiras:

Auroras: Quando as partículas provenientes do Sol chegam até nós, elas são defletidas pela força magnética, fazendo um movimento de espiral no céu e perdendo parte de sua energia cinética devido ao atrito com a atmosfera terrestre. Essa interação gera um espetáculo natural conhecido como aurora polar.
Tempestades Geomagnéticas: Ao atingirem a Terra, elas podem causar tempestades geomagnéticas.
Danos a Aparelhos Elétricos: Podem causar danos a aparelhos elétricos.
Interferência nas Telecomunicações: Podem causar interferência nas telecomunicações.
Mudanças nas Órbitas de Satélites: Devido ao aquecimento e mudança de altitude das camadas mais altas da atmosfera, podem causar mudanças nas órbitas de satélites.
Formação de Nuvens: Alguns estudos mostram que essas partículas podem influenciar a formação de nuvens e que mudanças na atividade solar estão ligadas a variações no clima da Terra. As partículas provenientes do sol atuam como núcleos de condensação, essenciais para a formação de gotas, e aumentar a produção de nuvens e chuva.

É importante notar que a Terra é capaz de diminuir esses efeitos devido à intensidade do seu campo magnético.

O que é um buraco coronal?

Um buraco coronal é uma região na coroa solar, a camada mais externa da atmosfera do Sol, onde o campo magnético é aberto e permite que o vento solar escape com mais facilidade. O vento solar é um fluxo de partículas carregadas que se desprende do Sol e viaja pelo espaço.

Os buracos coronais são mais comuns nas regiões polares do Sol, mas às vezes podem se formar em outras áreas. Eles aparecem mais escuros nas imagens solares porque têm uma temperatura e uma densidade menores do que o resto da coroa.

Como o buraco coronal foi detectado?

O buraco coronal que chamou a atenção dos cientistas foi detectado no sábado, 2 de dezembro de 2023, pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO, na sigla em inglês), um satélite da NASA que monitora constantemente a atividade solar. O SDO usa diferentes filtros para captar imagens do Sol em vários comprimentos de onda da luz.

O buraco coronal tinha cerca de 800 mil quilômetros de extensão, o equivalente a 50 vezes o diâmetro da Terra. Ele estava localizado na região equatorial do Sol, o que é incomum para essa época do ciclo solar. O ciclo solar é uma variação periódica de cerca de 11 anos na atividade magnética do Sol, que influencia o número e a intensidade das manchas solares, das explosões solares e dos buracos coronais.

Quais são as consequências para a Terra?

Os buracos coronais podem afetar a Terra de duas maneiras principais: alterando o clima espacial e provocando auroras boreais e austrais.

O clima espacial é o conjunto de condições físicas e geomagnéticas no espaço próximo à Terra, que podem interferir no funcionamento de satélites, sistemas de comunicação, redes elétricas e até na saúde dos astronautas. O clima espacial é influenciado pelo vento solar, que pode variar em velocidade, densidade, temperatura e direção, dependendo da origem e da natureza dos buracos coronais.

Quando o vento solar atinge a magnetosfera terrestre, uma camada protetora que envolve o planeta, ele pode causar distúrbios geomagnéticos que alteram o campo magnético da Terra. Esses distúrbios podem gerar correntes elétricas induzidas na superfície ou na atmosfera, que podem danificar equipamentos eletrônicos ou causar blecautes.

Além disso, quando o vento solar interage com as partículas carregadas presentes na ionosfera terrestre, uma camada superior da atmosfera, ele pode produzir fenômenos luminosos chamados de auroras. As auroras são formadas pela emissão de luz de diferentes cores pelos átomos e moléculas excitados pelo vento solar. As auroras podem ser observadas nas regiões polares da Terra, onde o campo magnético é mais fraco e permite a entrada das partículas solares.

As auroras são consideradas um espetáculo natural belo e fascinante, mas também podem indicar um aumento da atividade solar e do risco de tempestades geomagnéticas.

Portanto, os buracos coronais são fenômenos importantes para se estudar e compreender, pois podem nos ajudar a prever e a se preparar para os possíveis impactos do clima espacial na Terra e na sociedade.

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